quinta-feira, 3 de setembro de 2015

The Holiday (2006)

The Holiday é uma comédia romântica norte americana, produzida em 2006, e conta com um elenco incrível: Cameron Diaz, Jack Black, Jude Law e Kate Winslet. A história se passa durante o feriado de Natal em dois lugares: numa pacata cidade inglesa, Surrey, e na agitada cidade americana de Los Angeles. Depois de passar por decepções amorosas, as personagens vividas por Diaz e Winslet combinam uma troca de casas através de um website. Amanda (Diaz), uma produtora de traillers para o cinema, deixa sua luxuosa casa em Los Angeles para passar duas semanas em Surrey, na aconchegante e singela casa de Iris (Winslet), uma jornalista britânica bastante ingênua. A troca parece beneficiar ambas, pois conseguem fugir de suas rotinas e viver realidades completamente novas para ambas, uma vez que estas duas mulheres possuem personalidades muito distintas. Amanda conhece Graham (Jude Law), um charmoso editor inglês, irmão de Iris. Ao passo que Iris se depara com Miles (Jack Black), um divertido e romântico produtor de trilhas sonoras americano. A inglesa e a americana vivem "amores de viagem" neste feriado natalino. Mas será que esses amores sobrevivem ao final da viagem de cada uma?

Como a massiva maioria dos filmes americanos sobre amor, este tem um final feliz. O gênero "comédia romântica" é sempre uma opção leve e agradável para enternecer corações. Mas, apesar da aparente superficialidade que este tipo de filme costuma ter, são diversos os momentos que tornam esta uma película encantadoramente reflexiva. A respeito do meu ponto de interesse, esses romances transatlânticos sofrem apenas com a distância geográfica, uma vez que a língua falada nos dois países é exatamente a mesma, com exceção, é claro, de algumas variantes próprias de cada lugar. As cenas entre Amanda e Graham são as que eu mais me identifico com. O diálogo entre eles a respeito de começar um relacionamento que tem prazo de validade por culpa do fim do feriado me é muito familiar. Outra cena que "me faz soar diversos sinos" é a conversa entre Iris e Miles no sofá da casa de Amanda, onde Iris esmiuça uma certa situação pela qual muitos de nós já passamos alguma vez: aquele relacionamento que te faz sentir a pessoa mais errada do mundo, que te faz pensar e repensar diversas vezes para encontrar onde foi que você errou, para pensar em como deveria ter sido feito; um relacionamento que te faz acreditar que aquela pessoa que te abandonou pelos 'seus' erros vai enxergar que ela é que estava errada, e vai voltar; o tipo de relacionamento que te prende em um ciclo vicioso de mágoa e culpa, onde a qualquer pequena atitude da outra pessoa que possamos interpretar como "prova de amor", corremos de volta, como um cachorrinho que ouve o assovio de comando do dono. Mas a melhor parte dessa cena é quando ela diz que apesar de viver esse tipo de situação, e de muitas vezes demorarmos a sair dela, ainda é possível ir a um lugar novo e conhecer pessoas que te façam enxergar o seu valor, enxergar que você vale a pena. Esse novo lugar e essas novas pessoas vão te ajudar  reconstruir sua alma despedaçada e a dor daquele relacionamento passado pode finalmente ser superada. Outras duas cenas de Amanda e Graham me remeteram a minha própria experiência: quando ele diz que a ama enquanto ela enumera todos os possíveis desastres desse relacionamento à distância e o momento da despedida deles, ele parado em frente à porta e ela entrando no táxi...

Acho que o ponto com o qual eu mais me aproximo deste filme é que, assim como as duas protagonistas, minha motivação para viajar foi uma decepção amorosa. Foi graças a essa decepção que eu decidi num ato impulsivo comprar passagens para Buenos Aires. E, assim como Amanda, meu objetivo era ficar o mais longe possível de homens, mas as coisas nunca acontecem como nós queremos, né? O destino sempre dá um jeito de nos passar a perna!